Embora as forças britânicas tenham conduzido operações militares bem-sucedidas na província de Helmand, no Afeganistão, no final de 2009, a atividade insurgente continuou impedindo o movimento dos afegãos locais e das tropas ao longo da única estrada trafegável da região. As bases da patrulha dependiam dos suprimentos enviados pelo ar, enquanto os esforços para a reconstrução civil estavam impedidos.

Para estabilizar a região, era preciso criar uma rota nova e segura. Esta rota deveria conectar as bases da patrulha do exército e fornecer transporte seguro e confiável para a população civil local.

Essa missão foi asignada ao Real Corpo de Engenharia do Exército Británico, responsável ​​pelo apoio ao combate e pelo desenvolvimento de infraestruturas necessárias para a população civil. Eles enfrentaram três desafios principais, de acordo com o major Adam Foley (Eng.), que liderou o projeto. O primeiro foi que o orçamento total era de de ₤ 3,5 milhões em uma área onde o preço do agregado era exorbitantemente alto devido a hostilidades (US$ 250-650 por metro cúbico), limitando, assim, seu uso. O segundo foi como atravessar um wadi (vale) de 300 m de largura e um sistema de irrigação. E o último, porém, não menos importante, foi a preocupação com a segurança ao longo da rota durante a construção e uso posterior.

O sistema de confinamento da Geocélula Neoloy foi escolhido pelo Real Corpo de Engenharia após a realização de testes com vários materiais de preenchimento e adequação de estradas.

Abrindo caminho na reconstrução no Afeganistão, antes da programação, abaixo do orçamento e sob fogo inimigo (ver vídeo)

Construção Sob Fogo Inimigo

A rota chamada de código TRIDENTE, uma estrada de 7,6 km de extensão foi projetada e construída pelo Regimento 28 do Real Corpo de Engenharia do Exército Britânico. Os Engenheiros especialistas em construção de estradas, incluindo sapadores, forças de apoio e aproximadamente 90 operadores de veículos e trabalhadores locais afegãos foram utilizados em “grupos de batalha de construção”, submetidos a contínuos disparos de atiradores e dispositivos explosivos improvisados ​​(IEDs).

A estrada com a Geocélula Neoloy foi projetada para ser durável sob veículos pesados ​​e condições climáticas adversas. O forte confinamento 3D baseado em Neoloy na base da estrada foi preenchido com solo localmente escavado (a custo zero). O sistema composto comporta-se como uma viga semi-rígida, que distribui as cargas lateralmente e reduz a pressão no subleito. Dessa forma, o agregado só era necessário para o desgaste. Foley afirmou que as Geocélulas Neoloy permitiram uma redução de 75% na quantidade de agregado e uma redução de 2/3 no custo por metro, em comparação com uma estrada normal com agregado.

Superando as Expectativas

Em 10 de março, o primeiro comboio militar passou pela rota Trident sem se deparar com emboscadas. Uma viagem que normalmente demoraria 36 horas para ser concluída, levou menos de 30 minutos! Foley disse que “o comboio se moveu sem obstáculos e sem problemas ao longo da nova estrada em apenas 30 minutos, provando ser um sucesso”.

A estrada passa pela areia do deserto e pelos campos e canais de irrigação, imprescindíveis para a agricultura local. Os bueiros de caixa grande e uma estrada “flutuante” composta por Geocélulas Neoloy foram usados ​​para “forjar” um solo excepcionalmente encharcado, que antes era instransitável por veículos. “O efeito que a rota Trident, em toda a sua extensão, está tendo sobre a população local já é bastante surpreendente”, diz Foley. Logo após a conclusão, lojas e mercados surgiram ao longo da rota, enquanto estão sendo construídos um consultório médico e uma escola.

As técnicas de design e de construção desenvolvidas na rota Trident estão sendo usadas pelo Corpo de Engenheiros por toda Helmand.

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